A vida que renasce no Rio, o verde das algas que são a base do renascer da vida surgem.
Onde dantes a vida não existia surge aos pes das fabricas que um dia a tiraram.

(photo by: Shu Miyao)

Quando o lago parece o Céu e nele me apetece voar.

Foste moradia, empreendimento e tudo mais, até ao dia que os que te tinha nunca mais te desejaram, agora um raio de esperança surge e a Quinta do Braamcamp vai renascer das cinzas como Fénix.

Paredes, 

paredes que aqui estão, 

quantas histórias, 

quantas idas e vindas, 

ruínas ao sol esquecidas,

Paredes sobre o Rio,

paredes que aqui se tornaram ruinas,

paredes que ninguem salvou

do Destino da ruína.

Balanço, 

nas tuas águas turvas me embalo, 

outros como eu aqui estiveram,

balanço,

 e oiço-te, meu velho amigo...

Aqui espero,

e balanço, 

e me balanças, 

quase que enjoo sobre as tuas águas salgadas,

 que me envolvem,

e balanço, 

e tu me embalas...

...uma e outra vez...

Tu, oh meu velho rio, 

que tão bem conheces o meu casco, 

o meu ser de madeira ruída e húmida, 

pelas tuas aguas suaves.

Balanço, 

...uma e outra vez...

 a ti pertenço e em ti viverei,

...para sempre.

A ti me seguro, oh cais silencioso, 

onde as ondas mal te tocam e donde os peixes beberricam,

 nas tuas paredes as algas que lhes dão vida... 

Tu, oh cais, que pouco ou nada me dizes, 

sem ser estas amarras que a ti me matem seguro. 

 

Patty M. Andrade

Memórias tuas que já ninguém ouve tu oh velho candeeiro que ao teu lado observas estas pedras que se desfasem quantos risos e choros presenciaste àquela janela?! Hoje já nem os fantasmas te contam historias e os que por aqui passa olham já sem interesse...

A cidade adormece envolta nas chamas do Sol que se esconde lá no horizonte.

Memórias da música que já não toca aqui, esperas mais um dia para que os acordes da banda voltem a inundar o teu metal... oh triste coreto, que ao abandono ficaste e tantas alegrias já deste.

 

Knock...knock said the hand...